sexta-feira, 29 de março de 2013

A questão do aborto

Conforme mencionei no artigo anterior, cerca de 42 milhões de crianças são, por ano, mortas pela prática voluntária do aborto. Com o início de 2013, a sorte está lançada para novas vítimas sob a crescente cumplicidade de autoridades e movimentos ativistas cujos membros estão muito mais interessados em defender interesses pessoais do que na verdade dos fatos.

É a ela que pretendemos nos ater aqui. 

Deste modo, ao considerarmos que:

1) a prioridade pela manutenção da vida é uma constante inerente a qualquer ser vivo e um direito do indivíduo humano;

2) a fusão de gametas humanos não dará origem a uma tartaruga ou a uma mosca, etc. - um feto humano é necessariamente humano;

3) a noção elementar de que a geração é o inverso da corrupção evidencia a abissal discrepância que há entre gestação e doença, qualquer que seja ela;

4) o corpo de um feto representa essencialmente um indivíduo, ou seja, ainda que dependente, não é parte do corpo da mulher como alguns chegam a insinuar;

5) esse mesmo indivíduo é em ato (mas não em potência) desprovido de razão e, portanto, inocente.

6) a proteção parental leva variados espécimes do reino animalia a até mesmo arriscarem suas vidas em defesa da prole;

7) isso também ocorre conosco, e o amor dos pais humanos por um filho é o sentimento mais intenso que uma criatura pode manifestar por outra[1];

8) a comunidade científica não sabe qual o momento em que tem início a vida humana[2], e o bom senso e a legislação nos obrigam, sob risco de pena por homicídio culposo, a não dar um tiro em uma cortina sem a plena certeza de que não haja alguém por trás dela;

9) há um suficiente número de denúncias[3] - cuja credibilidade pode ser facilmente verificada - sobre a adulteração de dados estatísticos[4] envolvendo a prática ilegal do aborto voluntário em prol de sua liberação em diversos países sob o falso pretexto de ser uma “questão de saúde pública”, objetivando-se com isso o lucro por parte de mega-empresas especializadas e o controle populacional[5][6];

10) a legalização do aborto leva ao aumento da prática e consequentemente do número de mortes maternas[7];

11) um mal, para ser sanado, deve ser combatido, não permitido;

Concluímos não haver argumentos que possam sustentar moralmente a descriminalização da prática.

No entanto, pode ser alegado que casos de malformação, como o de anencefalia, e de estupros, seriam exceções, tendo em vista o pesado fardo principalmente da gestante e, apenas no segundo caso, por ser certa a morte do nascituro.

A isso, porém, contrapõe-se:

1) a precariedade do diagnóstico do referido mal, não sendo possível identificar que criança irá ou não nascer com vida[8][9];

2) fatores diversos como a possibilidade de erro de diagnóstico e a existência de milagres[10];

3) os casos em que a mulher, fortalecida pela religiosidade, supera o trauma do estupro e cria o filho, priorizando a continuidade da vida[11];

4) a opção de doar a criança nos casos em que as mulheres que não possuem base psicológica para suportar a situação.

Estejam, por fim, os defensores do aborto convidados a refletirem sobre os pontos aqui levantados e a pensarem que poderiam ter sido privados de suas próprias vidas se as respectivas progenitoras, instigadas por outros que pensam do mesmo modo contra a vida, tivessem cometido a prática durante a gestação por qualquer das razões que normalmente alegam para sustentar suas ideias.   

Notas:
[2] Das cinco hipóteses aqui apresentadas, as duas últimas são notoriamente absurdas e até criminosas, sendo a primeira, por outro lado, a mais óbvia: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/814968-cientistas-defendem-5-momentos-para-inicio-da-vida-humana.shtml
[9] Não deixem de assistir a esta palestra da Dra. Elizabeth Kipman apresentada aos Ministros do STF antes de tomarem a vergonhosa decisão: http://fr.gloria.tv/?media=279668
[10] Aqui, caso alguém resolva negar o caráter milagroso por excesso de ceticismo, terá que assumir ter havido erro médico: http://www.aciprensa.com/noticias/cristo-hoy-recoge-caso-de-nina-diagnosticada-con-anencefalia-que-ya-cumplio-3-anos/#.UQ5zAR00WSo
[11] Há aqui dois casos: o de uma mãe religiosa que criou a filha e o de outra que realizou o aborto após o estupro – ambas, segundo dizem, sem arrependimento:http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML366902-1740-2,00.html

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